Luz Interior aborda a cegueira. E, se para alguns, a cegueira é sinónimo de escuridão, neste trabalho deixámos a luz crescer na mão da Ana. Ana é invisual desde o nascimento. Deixou-se fotografar enquanto explorava as esculturas contemporâneas do Parque de Serralves. E ousou mostrar como as diferenças entre ela e os outros, os normovisuais, se esbatem quando regista em desenhos a memória do que sentiu. Vemos (artifício nosso, com recurso ao negativo), como transforma o negro em linhas de claridade, como traça no papel os contornos das esculturas observadas pelos outros sentidos, provando que a imagem e a memória dependem tanto destes como da visão.