Caxinas, como em casa ou num auto-retrato
Dêem-me um espelho. Provavelmente, ele reflectirá o meu mar e os seus sargaços de Agosto, as casas em fila, amparando a luz final de um dia de Inverno como o deste domingo, luminoso o suficiente para atrair milhares ao passeio da praia nas Caxinas. Eu estava lá, de câmaras em punho – ando babada com um brinquedo novo, uma Hasselblad 500 C/M que o Abel me ofereceu – e maravilhada com a neblina dourada a dar um ar de mistério aos lugares que, para mim, não têm mistério nenhum. Ainda assim, há sempre algo novo, ou em que não tinha tão só reparado, a merecer atenção e uma fotografia.
Tem sido assim nos últimos anos. A minha casa – Caxinas – tem-me dado algumas das imagens de que mais gosto. No final de 2014, respondendo a um convite do fotojornalista Paulo Pimenta, fui vasculhar no arquivo e seleccionei 12 fotos deste lugar, que podem ser vistas no blogue Fotopress, durante o mês de Janeiro. Mas algumas mais ficaram à espera de uma oportunidade para escaparem ao destino de milhares de outras, uma pasta num computador, e poderem ser outra coisa qualquer: um espelho, para os outros caxineiros; uma janela aberta, por onde os forasteiros nos podem espreitar.
Por isso, hoje, decidi começar a construir um portefólio genérico, impressivo, sobre este lugar. Um auto-retrato em múltiplas fotografias.
12/01/2015 • #caxinas, #vila do conde
0 Comments